23.Saldo balança comercial: FHC, -US$ 8,515 bilhões; Lula, +US$ 259,897 bilhões e Dilma, + US$ 47,657 bilhões

07/07/2015 | Brasil 1994/2014

Os números sobre a balança comercial brasileira nos governos FHC e Lula / Dilma são impressionantes. Eles revelam como as políticas dos tucanos colocaram o Brasil em uma enorme vulnerabilidade e, por isso, o país quebrou três vezes. E como os governos petistas, com um melhor desempenho na balança comercial e na corrente de comércio, aproveitaram a janela de oportunidades para reduzir drasticamente a vulnerabilidade da economia brasileira frente aos solavancos e crises internacionais. 

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Superávit comercial: FHC, -US$ 8,515 bilhões; Lula/Dilma, US$ 307,554 bilhões

Agregamos os resultados globais da balança comercial nos governos FHC e Lula/Dilma para que o leitor possa analisar as enormes diferenças no desempenho de nosso país no comércio internacional. Nos oito anos do governo tucano, o Brasil produziu um resultado comercial de –US$ 8,515 bilhões (média anual de –US$ 1,064 bilhão), contra um resultado de +US$ 307,554 bilhões nos governos do PT (média anual de +US$ 25,629 bilhões). Este bom desempenho foi puxado pelo governo Lula, que apresentou em oito anos superávit comercial de US$ 259,897 bilhões, o que favoreceu a constituição de um grande colchão de reservas internacionais para o Brasil. Com Dilma, com um câmbio mais favorável, mas com a desaceleração da economia internacional e dos preços das commodities, a balança comercial recuou em seu superávit para US$ 47,657 em quatro anos, o que criou desequilíbrios no balanço de transações correntes. 

Os números revelam o desastre de Fernando Henrique no comércio externo. O desastre tucano se baseou numa combinação explosiva: abertura comercial sem contrapartida e segundo os interesses dos países desenvolvidos e valorização cambial com a paridade Dólar X Real. O Brasil produziu um superávit comercial de US$ 50 bilhões no governo Itamar Franco, com o governo FHC o superávit foi transformado em um déficit explosivo. Com os governos do PT, especialmente no governo Lula, o Brasil voltou novamente ao terreno positivo no comércio internacional, devido a diversos fatores: ao crescimento mais robusto da economia mundial; ao câmbio mais favorável com o fim da paridade cambial; ao aumento expressivo dos preços dos produtos primários – as chamadas commodities – e a diversificação dos parceiros comerciais, sobretudo com o aumento expressivo do comércio com os países da América Latina.   

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A corrente de comércio de 1994 a 2014

Outro indicador importante no comércio internacional é a chamada corrente de comércio (exportações mais importações). Os números estão na tabela acima. No governo FHC, as exportações passaram de US$ 43,545 bilhões para US$ 60,361 bilhões, um crescimento medíocre de 39%. As importações passaram de US$ 33,078 bilhões para US$ 47,240 bilhões, com crescimento de 43% e, por fim, a corrente de comércio passou de US$ 76,623 bilhões para US$ 107,601 bilhões, com crescimento de 40%. No governo Lula, a balança comercial experimentou um forte avanço: as exportações cresceram 234%, passando de US$ 60,361 bilhões, em 2002, para US$ 201,915 bilhões, em 2010. No mesmo período, as importações passaram de US$ 47,240 bilhões para US$ 181,768 bilhões, um crescimento de 284%. A corrente de comércio passou de US$ 107,601 bilhões para US$ 383,683 bilhões, um crescimento de 256%. No governo Dilma, pelas razões que apontamos anteriormente, o comércio externo se manteve no terreno positivo, mas com forte desaceleração: as exportações cresceram 11,48%; as importações subiram 26% e a corrente de comércio teve avanço de 18,40%. 

Não deixa de ser irônico que os tucanos, grandes adeptos da globalização neoliberal, em função de políticas econômicas incorretas como a âncora cambial, tenham sido os responsáveis pela estagnação do comércio internacional do país. Eles se perderam numa política econômica interna autofágica, e não aproveitaram as oportunidades abertas para o enorme crescimento do comércio internacional. Quem acabou ocupando esse espaço foram os tigres asiáticos, em particular a China, que ganhou enorme solidez nas suas contas externas.

Autoria: A série “Brasil 1994/2014” é de autoria de José Prata Araújo, economista mineiro. Veja outros posts da série no site www.mariliacampos.com.br, seção “Brasil 1994/2014”.
 
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