Belo Horizonte: De cidade fantasma a um dos melhores carnavais do país, cidade reúne 2 milhões de foliões
O jornal O Tempo deu um balanço do carnaval em BH: “De cidade fantasma a um dos melhores carnavais do país. Pelo menos 2 milhões de foliões foram às ruas de Belo Horizonte acompanhar os blocos que retiraram das cinzas a festa na capital que abriga, segundo o IBGE, 2,35 milhões de moradores. Após sete anos de um processo de renascimento, o Carnaval se consolida não só como atração para uma multidão, mas também como referência em diversidade e qualidade, sempre com uma identidade própria de ocupação do espaço público. Até a infraestrutura melhorou, apesar de ainda não ser ideal”.
O jornal O Tempo afirma: “Mesmo com mais gente, a vida do folião melhorou. A oferta de banheiros químicos era visivelmente maior que em anos anteriores, mas ainda não o suficiente para evitar o xixi nas ruas. A limpeza agiu rápido para deixar as vias limpas, e a Empresa de Transportes e Trânsito (BHTrans) atuou de forma efetiva no fechamento do trânsito, evitando um dos grandes problemas de 2015”. Pesquisa feita pelo Portal O Tempo entre os que gostam de carnaval (sete em cada dez pessoas), apontou que 78% das pessoas consideraram “bom” ou “ótimo” o carnaval de Belo Horizonte.
O jornal O Tempo aponta dois desafios para 2017: o som dos blocos maiores e a descentralização ainda maior da folia. Diz o jornal: “Um dos desafios para 2017 é melhorar o som dos blocos maiores. Neste ano houve um grande avanço, com trio elétrico compartilhado pelos blocos Então Brilha!, Pena de Pavão de Krishna, Baianas Ozadas e Juventude Bronzeada. Mas mesmo com o investimento de R$ 35 mil no aluguel do carro, o som não deu conta do recado. Rodrigo Magalhães, um dos fundadores do Juventude Bronzeada, explica que as baterias abertas a quem quiser participar, uma característica de BH, aumentam o desafio. “Vamos nos reunir para avaliar melhorias. Ficou claro que uma única fonte de som, por mais potente que seja, não vai dar conta. Uma solução pode ser um carro de retorno”. Outro desafio apontado pelo jornal será uma maior descentralização dos blocos – neste ano, 32% foram fora do eixo Centro-Sul.
As pessoas estão ansiosas por retomar as ruas
O site do El País explica o sucesso do carnaval em grandes cidades como Belo Horizonte e São Paulo: “Nos últimos anos, as grandes cidades do país assistiram ao crescimento de movimentos independentes que pregam a ocupação e a retomada do espaço público. Cidadãos estão reivindicando a gestão de atividades coletivas em praças públicas, pedindo mais parques e organizando festas de rua, por exemplo”.
O El País conclui: “Para o músico e pesquisador da história do samba, Chico Santana, o movimento do carnaval de rua, surgido nos últimos cinco anos, é explicado por dois pontos. ‘Primeiro, é uma demanda da cidade pela ocupação do espaço público que vem sendo cada vez mais utilizado e isso se refletiu no Carnaval. Segundo, é um resgate de um espírito carnavalesco mais puro de descontração, de espontaneidade, de fuga do carnaval mercantilizado dos abadás e das escolas de samba. É sair para a rua para brincar’, comenta. André Santos, historiador que também trata do assunto, concorda 100% com Santana, mas levanta ainda outro ponto. ‘É importante lembrar que o poder público, de dois anos para cá, como no caso de São Paulo, também encampou a festa e tem estabelecido diálogo com a sociedade para que ela aconteça com tranquilidade’”.
Marília defende a humanização das cidades
A deputada Marília Campos e seus familiares participaram ativamente do carnaval de Belo Horizonte. Marília é uma estusiasta da ocupação dos espaços públicos e da humanização das cidades. Sua administração em Contagem fez enormes investimentos na recuperação dos espaços públicos da cidade, como parques, praças, pistas de caminhada, quadras de esportes. Com as praças recuperadas, o Programa Luzes de Natal tornou-se uma das marcas da cidade, reunindo, ao final do ano, mais de 300 mil pessoas nos dias que antecedem o Natal. A petista sofreu um enorme combate da direita e até de segmentos de esquerda, que para desqualificá-la a chamavam de “Marília das praças”. A petista realizou um enorme pacote de investimentos em todas as áreas, mas o que liderou a sua aprovação, de 80% ao final de seu governo, foi a recuperação das praças e parques da cidade. Daí porque, em nosso balanço de seu governo, o eixo do trabalho da petista foi o que chamamos de “humanização da cidade desenvolvimentista”.