Crise hídrica: Em Minas Gerais, 75 cidades já enfrentam alguma forma de racionamento ou restrição ao uso da água
Informa o jornal Estado de Minas, de 26/10/2015: Enquanto os moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte apostam na combinação da chegada das chuvas com a inauguração de uma nova captação no Rio Paraopeba, em Brumadinho, para evitar restrições no consumo de água, o racionamento avança pelo interior do estado e fecha torneiras em pelo menos 75 cidades mineiras. A Agência Reguladora dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsae/MG) já recebeu planos de restrição de fornecimento de 11 municípios e tem informação de que outros 45 estão elaborando seus documentos, a maioria abastecida pela Copasa. Pelo menos outros 19 que têm serviços autônomos de água, não submetidos à regulação da Arsae, também já colocam em prática medidas semelhantes. Em todo o estado, 117 cidades decretaram situação de emergência por causa da seca. Em Viçosa, na Zona da Mata, por exemplo, a situação é tão crítica que a cidade restringiu por decreto festas e o funcionamento de lava-jatos”.
Segundo o jornal, a situação é crítica: “De todos os 853 municípios do estado, 622 têm serviços de saneamento regulados pela Arsae, mas apenas quatro têm convênio direto com a agência. Os outros 618 têm a Copasa ou a Copanor (subsidiária da estatal para o Norte de Minas) como prestadoras dos serviços. No caso de regulação com a Arsae, norma que entrou em vigor em maio deste ano obriga as cidades a enviar um plano de racionamento à agência, para que a política seja fiscalizada. “A situação está crítica, sim. A falta de chuva está fazendo com que haja restrição no acesso à água. Nosso principal objetivo com a fiscalização é saber se o que foi previsto está sendo cumprido. A esperança é de que a estação chuvosa amenize o problema, para evitar um quadro pior no ano que vem”, diz o diretor da Arsae, Hubert Brant”.
O jornal Estado de Minas informa as medidas emergenciais que estão sendo tomadas nos municípios: “Perfuração de poços profundos, contratação de caminhões-pipa, apelos pelo consumo consciente e, claro, torcida pela chuva. São essas as armas com que podem contar os 75 municípios mineiros que entraram na fila do racionamento. Segundo a Copasa, o prolongado período de estiagem, associado ao aumento do consumo devido ao calorão, tem levado à redução drástica do nível dos mananciais e prejudicado o abastecimento nas 45 cidades que já preparam seus planos de restrição de fornecimento. A estatal sustenta que, para reverter o quadro nesses lugares, tem recorrido a medidas emergenciais, como perfuração de poços artesianos, executado obras em redes de distribuição e contratado caminhões-pipa”.