Lua de mel não durou um mês! Popularidade do liberal Mauricio Macri na Argentina despencou em 40 dias
A lua de mel do liberal Maurício Macri na Argentina não durou um mês. Um dos motivos está na tabela acima: a inflação disparou em janeiro. Fernando Brito, do Blog Tijolaço, afirma: “O pessoal que sonha com Aécio Neves como ‘o Macri daqui’ devia por as barbas de molho. O índice inflacionário mais aceito na Argentina o de Precios al Consumidor de la Ciudad de Buenos Aires(IPCBA) ficou, em janeiro, segundo mês do governo Macri, em 4,1% ao mês. Isso mesmo, ao mês, em janeiro, depois de fechar dezembro em 3,9%. A inflação anual bate nos 30%”.
Fernando Brito continua: “E isso ainda não é nada, porque não capta o brutal reajuste das contas de energia, de até 700%, que se expressará nos índices de fevereiro e de março, porque, além de aumentar, a cobrança, que era bimestral, passou a ser mensal. E ainda deve vir este mês o aumento do gás, que deve girar em torno de 300%. A menos que o novo índice nacional de inflação que o Governo Macri está construindo faça “mágicas”, já é de imaginar índices beirando os 40% até abril. Macri sustenta que isso é apenas um “choque”, que se reverterá nos próximos meses e que daqui a três anos a Argentina será o melhor dos mundos. Qualquer semelhança com aquela lenga-lenga do Joaquim Levy no início do ano passado não é mera coincidência”.
Fernando Brito conclui: “É bom o pessoal que gosta de bater panela ficar com um olho na Argentina, que começou a praticar este “esporte” com o fugaz Fernando de la Rúa, que mal inteirou dois anos antes de ser posto a correr da Casa Rosada pelas caçarolas. Em dois meses de governo, uma pesquisa do Centro de Estudos de Opinião registrou mais insatisfeitos com a politica econômica do governo mais numerosos que os satisfeita: 49 por cento para 48 por cento, uma perda de aprovação de 10% em 40 dias. Veja a tabela acima. Assim o pessoal acaba pedindo que sente na cadeira presidencial o Balcarce, cachorrinho que Macri fez posar para fotos no Facebook, para se promover como defensor dos animais”.
Saul Leblon, da Carta Maior, foi quem melhor resumiu as crises que atravessam atualmente o Brasil, a Argentina e a Venezuela. Vivemos em uma situação de “empate político”. Disse ele: “A verdade talvez esteja mais próxima daquilo que toscamente se denomina de empates históricos. Capítulos na vida de uma sociedade em que interesses em confronto chegam a um impasse esgotante. A reiteração ao longo do tempo desgasta, mastiga e cospe, sucessivamente, governos e partidos que se ofereçam como alternativa sem dispor, de fato, das respostas e, sobretudo, da organização requerida pela encruzilhada da sociedade”.