Não vai ter golpe! Repúdio a Cunha une segmentos sociais e levantamento indica que Dilma tem votos contra o golpe
No momento de largada da tentativa de impeachment de Dilma, os primeiros indicadores políticos são favoráveis à presidenta. Está se formando uma ampla frente contra o golpe de Eduardo Cunha e Aécio Neves e, levantamento realizado pelo jornal O Globo, junto aos líderes partidários, indica uma ampla margem contra o impeachment da presidenta.
Uma ampla frente contra o golpe
Informa o Portal Brasil 247: “Menos de 24 horas depois de deflagrada a tentativa de ruptura da ordem democrática pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), por retaliação e chantagem contra a presidente Dilma Rousseff, uma avalanche de forças de vários estados e de movimentos sociais do País condenaram a ação de Cunha, que tem apoio de líderes da oposição, como o senador Aécio Neves (PSDB)”.(...) “O repúdio ao golpe contra a presidente Dilma Rousseff uniu até o momento três presidenciáveis - Ciro Gomes (PDT), Luciana Genro (PSOL) e o ex-STF Joaquim Barbosa, dez governadores - Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), Rui Costa (PT–BA), Ricardo Coutinho (PSB–PB), Flávio Dino (PCdoB–MA), Paulo Câmara (PSB–PE), Robinson Farias (PSD–RN), Camilo Santana (PT–CE), Wellington Dias (PT–PI), Jackson Barreto (PMDB–SE) e Renan Filho (PMDB–AL), além de líderes de movimentos sociais e religiosos, como o presidente da CUT, Vagner Freitas; da UNE, Carina Vitral; e do MST, João Pedro Stédile, e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)”.
Dilma tem larga margem de votos contra o impeachment
Segundo levantamento do jornal O Globo, se a votação fosse agora, Dilma teria 254 votos contra o impeachment e a oposição reuniria 182 adeptos. Veja a seguir a íntegra da matéria de O Globo:
“Se a votação sobre o impeachment no plenário da Câmara fosse hoje, a presidente Dilma Rousseff manteria seu mandato, caso os deputados votassem segundo a avaliação das lideranças de seus partidos. O GLOBO ouviu nesta quinta-feira os líderes dos 17 maiores partidos da Casa. Segundo esse levantamento, Dilma teria hoje o respaldo de pelo menos 258 dos 513 deputados, 86 votos a mais do que os 172 necessários para se manter no poder.
Segundo esse levantamento, a oposição contaria com 182 adeptos. Os votos dos 17 partidos cujos líderes aceitaram falar somam 454 parlamentares.
Embora os números sejam absolutos, as certezas, como disse um deputado, são voláteis. Pelos cálculos dos líderes partidários, toda a oposição votará a favor do impeachment: DEM, PSDB, Solidariedade e PPS somariam 99 votos. Dos partidos governistas, PT, PCdoB e PSOL já se posicionaram em sua totalidade contra o impeachment. Junto com PDT e Rede, que disseram que vão caminhar na mesma direção, Dilma já tem cem votos garantidos.
De todos os partidos ouvidos, só o PRB não quis fazer nenhum cálculo. Embora tenha um ministério desde o início do segundo mandato de Dilma (Esporte, ocupada por George Hilton), a infidelidade tem sido uma marca recorrente da sigla. A maior incógnita é o PMDB do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ). O líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), embora reticente em falar em números, tem uma estimativa:
— Eu diria que 60% dos peemedebistas são contra o impeachment, 20% a favor e outros 20% indefinidos.
No PR, outro partido da base aliada, mas cujos representantes votarão contra a admissibilidade do processo para cassação do mandato de Cunha no Conselho de Ética, o líder Maurício Quintela Lessa (AL) disse que encaminhará o voto da bancada, de 34 parlamentares, contra o impeachment, mas já adianta que pelo menos seis parlamentares devem se manifestar a favor.
No recém-criado Partido da Mulher Brasileira (PMB), o líder Domingos Neto (CE) estimou que dois terços da bancada de 20 deputados serão contra o impeachment, o que garantiria 12 votos para Dilma”.