Nem “coxinhas” nem “petralhas”! O que queremos é discutir soluções para as cidades, para Minas e para o Brasil

25/02/2016 | Documentos do mandato

As pesquisas de opinião estão apontando que o povo brasileiro está cansado da guerra política, da disputa entre “coxinhas” e “petralhas”. Ninguém está ganhando nada com isso. Dilma está desgastada, mas os principais líderes da oposição, como Aécio Neves, sofrem também uma enorme rejeição. O povo, cada vez mais, quer discutir soluções para os graves problemas das cidades, de Minas Gerais e do Brasil. Sentimos isto também no contato com a população de Contagem, Belo Horizonte e de outras cidades e em parcelas crescentes das pessoas que participam das redes sociais. Estamos também cansados. Não se trata de pasteurizar o debate político e de negar as divergências de opinião. Mas precisamos realizar um debate civilizado; respeitar as regras democráticas e os resultados das urnas e superar o ódio e a intolerância que estão destruindo o Brasil. Precisamos virar a página do impeachment, restabelecer um mínimo de normalidade política e retomar o crescimento e a geração e empregos. Quem aposta no “quanto pior, melhor” é porque já está com a vida ganha, o que não é caso da maioria dos brasileiros(as). Como diz o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad: “A vida não é fácil num momento de crise internacional. Mas a dor não precisa ser tanta”. 

Marília quer ampliar o diálogo político: “Quero dialogar com quem é simpatizante do PT, mas não somente com eles. Quero dialogar também com quem já foi simpatizante e eleitor do PT. E quero dialogar também com quem sempre foi adversário de meu partido. Sou uma pessoa que tem lado político, sou de esquerda, mas considero que o maior desafio do líder político não é falar apenas com quem tem opinião igual ou parecida. O grande desafio é abrir canais de debate com quem pensa diferente, visando convencê-los e até mesmo ser convencida a mudar de opinião. Quando fui prefeita de Contagem, por dois mandatos e na minha eleição para deputada estadual, sempre tive um forte apoio da classe média, mas sempre tive um apoio maciço também na periferia mais pobre de minha cidade. Considero esta aliança entre a classe média e os segmentos populares é o caminho para um projeto político para Minas e para o Brasil”. 

Marília sempre priorizou o debate de ideias, programático

A deputada Marília Campos sempre privilegiou, desde que a sua primeira candidatura, o debate de ideias, programático. Ela já ocupou cargos de vereadora, deputada, prefeita. E sempre produziu uma ampla sistematização das experiências em revistas e cadernos, realizada por apoiadores nas áreas econômica, social, políticas públicas, direitos do povo, etc. É uma das raras parlamentares do Brasil que tem um site – www.mariliacampos.com.br, com uma riquíssima produção de ideias, que enriquece o Facebook, onde as matérias são compartilhadas. A deputada considera importante conhecer as experiências passadas, não como instrumento de guerra política, mas para que no futuro não façamos “mais do mesmo” que deu errado nas nossas cidades, no nosso Estado e no Brasil.

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Quem visitar o nosso site verá que não se trata de uma abordagem maniqueísta, do bem contra o mal. Na seção “Brasil 1994/2014” sintetizamos, em 29 artigos,  os grandes avanços nos governos do PT, mas destacamos, na matéria sobre a inflação, os méritos do PSDB em acabar com a hiperinflação. Na seção “Minas Gerais” veremos que nosso Estado enfrenta uma enorme crise fiscal há décadas, que atravessou diversos governos, resultado, dentre outros fatores, da enorme concentração da economia mineira nas chamadas commodities, como minério de ferro e café. Na seção “Nossas cidades”, publicamos quatro revistas da experiência de Marília Campos como prefeita de Contagem, experiência que estamos agora levando para outras cidades, com a série “Estudos municipais”. Além disso, os leitores encontrarão muitos textos sobre a agenda política da petista na Assembleia Legislativa: a melhoria da qualidade de vida e a humanização das cidades; o combate aos privilégios legislativos; a defesa das políticas de igualdade em relação às mulheres, negros(as) e LGBT; e a defesa do meio ambiente. Visitem o nosso site, que é atualizado duas vezes por semana.   

Defesa da democracia e dos partidos políticos

Reafirmamos os nossos compromissos com a democracia: “Como disse Churchil: ‘A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas’. Somos radicalmente contra a volta dos militares ao poder. É bom ressaltar ainda que os militares não querem voltar ao poder; isso é coisa de alguns segmentos minoritários mas barulhentos da população. Vale ressaltar que muitos dos privilégios que temos hoje, foram criados na ditadura militar, a exemplo da aposentadoria especial dos deputados mineiros e da remuneração dos vereadores brasileiros, desde os grandes até os pequenos municípios. A forma de melhorar a política é ampliar a participação dos cidadãos nos assuntos públicos e aumentar a transparência dos governos. É neste sentido que Marília trabalha como presidenta da Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa. 

Marília é favor da melhoria da política no Brasil: “Não tem outro caminho: a democracia passa pelo fortalecimento dos partidos políticos, que são quem comandam os governos através de eleições. Confesso que não gosto do atual modelo político que temos no Brasil. Os políticos vivem em um mundo à parte, se mobilizam muito por cargos e emendas parlamentares e não se dedicam integralmente à defesa dos interesses do povo. Tenho feito a minha parte para melhorar o sistema político: não indiquei nenhum funcionário para o governo Fernando Pimentel, que é do meu partido, e não indiquei nenhum nome para a administração do PCdoB em Contagem, onde o PT participa do governo. Apresentei projeto de lei com a fixação do teto do INSS para a aposentadoria dos deputados; e não utilizo as verbas de auxílio-moradia e diárias de viagem”. 

Rejeitamos a criminalização dos partidos políticos, como está sendo feita com o PT. Numa democracia, a criminalização é individual. O PT tem mais de 1 milhão de filiados e não se pode criminalizar a todos, por erros de alguns de seus membros individualmente. Assim, também, não defendemos a criminalização do PSDB, PMDB ou de qualquer outro partido; devem ser criminalizados individualmente os corruptos destes partidos também. Criminalização coletiva é coisa do ‘direito’ nazista, que reprimia e matava quem era judeu, comunista ou homossexual. Marília afirma que não vai sair do PT: “Tenho respondido a muitas pessoas que gostam de mim que não vou sair do PT, mas pergunto: ‘Se eu sair do PT para qual partido puro e sem corruptos eu devo ir?’ A resposta quase sempre é o silêncio, pela simples razão de que o PT não é pior do que nenhum dos outros partidos que conheço”.  

Prevalece no Brasil, nos meios de comunicação, uma visão de tratamento diferenciado, segundo as vinculações partidárias dos denunciados, expressa na famosa frase de um ex-presidente: ‘Aos amigos, tudo; aos inimigos os rigores da lei’. Concordamos com Vladimir Safatle, professor da USP, que escreveu: “O maior inimigo da moralidade não é a imoralidade, mas a parcialidade. O primeiro atributo dos julgamentos morais é a universalidade. Pois espera-se de tais julgamentos que sejam simétricos, que tratem casos semelhantes de forma equivalente. Quando tal simetria se quebra, então os gritos moralizadores começam a soar como astúcia estratégica submetida à lógica do "para os amigos, tudo, para os inimigos, a lei".