Raquel Faria: “Zema já está apelando à falsidade para forçar venda da Cemig”
Site Os Novos Inconfidentes – 13/08/2019
Não foi a primeira e certamente não será a última vez que Romeu Zema se esquece de que agora é governador de Minas e investe publicamente contra uma das principais empresas e símbolo do estado, a Cemig. Nenhum antecessor fez isso. E desta vez, ele extrapolou todos os limites do bom senso ao acusar a estatal de criar obstáculos para os objetivos e planos do próprio governo. Esqueceu também que foi ele mesmo quem escolheu e nomeou toda a direção da empresa. No esforço de destruir a imagem da empresa para poder privatizá-la, Zema começa a apelar para a falsidade e para a irresponsabilidade.
Zema detratou a imagem da Cemig em evento do banco Santander para investidores em São Paulo; estava na sua zona de conforto, palestrando a um público que compartilha suas ideias liberais. E que torce pela oferta de ativos públicos para movimentar o mercado de ações. Segundo as queixas de Zema, reproduzidas por vários jornais, a Cemig estaria criando obstáculo para ligar em suas redes a energia solar fotovoltaica produzida no estado. “Minas, que sempre foi a caixa d’água do Brasil, será agora um grande polo de geração de energia fotovoltaica do país”, disse o governador, para quem a Cemig se esqueceu do motivo de sua existência ao impor dificuldades para tal projeto.
Mas a Cemig não é dirigida por indicados do governador? Por que Zema não faz as críticas diretamente à turma que colocou na Cemig? Por que ele, como dono da caneta que nomeia a maioria dos cargos de direção e nos conselhos corporativos, não consegue influir nas decisões ou mesmo impor algumas metas à administração da empresa?
Ora, Zema não quer melhorar a gestão na Cemig. Só vendê-la. Para o governador e seus seguidores no Novo, a privatização da empresa e outras estatais mineiras não é uma contingência econômica e financeira. É uma questão de princípio e ideologia. O governador está tomado por uma verdadeira obsessão privatista. E a Cemig que se lixe.