Reservatórios das hidrelétricas têm forte recuperação, devido a uma boa notícia (chuvas) e uma má notícia (na economia)
A tabela acima mostra, por região do país, o nível dos reservatórios no mês de fevereiro nos últimos quatro anos. É preciso destacar, em primeiro lugar, a situação dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro Oeste, responsáveis pela geração de 60% da energia de todo o Brasil, onde, em fevereiro de 2016, tem-se a melhor situação nos últimos três anos. Em 2013, o nível dos reservatórios era de 45,48%; recuou para apenas 20,59% em 2015 e, agora em 2016, mais que dobrou a capacidade para 48,06%. A situação no Sul é muito boa, com 96,10%, o melhor resultado dos últimos quatro anos, fazendo com que a hidrelétrica de Itaipu volte a ser novamente a maior do mundo. No Nordeste, o nível dos reservatórios é bom se considerada a evolução em relação ao ano passado, mas está abaixo da média de 2013 e 2014. Finalmente, no Norte, a situação é de estabilidade em relação ao ano passado, mas bem inferior também aos anos de 2013 e 2014.
Chuvas abundantes e desaceleração econômica
Como dissemos no título deste post, a recuperação dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas se deve a uma notícia boa (chuvas abundantes) e uma má notícia (desaceleração da econômica). Sobretudo no Sul e no Sudeste, em particular no mês de janeiro, as chuvas foram muito intensas. O lado ruim é a recessão econômica, que reduziu em 1,8% o consumo de energia elétrica no Brasil. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, o consumo teve queda maior nas Regiões Sudeste / Centro-Oeste e Sul, da ordem de 3,2%. Já nas outras duas regiões, o consumo de energia cresceu: Nordeste (3,2%) e Norte (1,7%). Segundo o ONS, a redução se deveu à desaceleração da economia e ao forte aumento das tarifas.
De toda forma, a recuperação do nível dos reservatórios é uma notícia que deve ser comemorada, dado os riscos de desabastecimento que o país enfrentou depois de três anos de uma crise hídrica severa. Ainda bem que o pânico espalhado pela mídia não se confirmou. E mais uma boa notícia como informa o jornal Hoje em Dia: “A capacidade instalada do sistema elétrico brasileiro vai aumentar 6% em 2016, afastando, em tese, inclusive no futuro, o fantasma do racionamento. Somente neste ano, segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), projetos que somam 8.706,06 megawatts de energia sairão do papel. Eles são suficientes para abastecer o equivalente ao Estado do Paraná (4,5 milhões de consumidores). O volume que será agregado é um recorde para os últimos 18 anos e é prioritariamente formado por energia gerada a partir de fontes hídricas: 4.865,38 MW”.(...) “Deste total, Belo Monte, usina hidrelétrica no rio Xingu, no Pará, responde por 1.988,4 MW do que será instalado. A usina de Jirau, localizada no rio Madeira, em Rondônia, iniciará a operação de 675 MW. No rio Santo Antônio, a usina de mesmo nome vai ligar 853,3 MW em 2016. As térmicas respondem por 1.468 MW e as eólicas por 2.252 MW”.